O equilíbrio vem do movimento
Li recentemente um artigo no Valor, postado pelo meu amigo, professor e conselheiro Andriei Beber, que relatou que 12% das empresas, consultadas em pesquisa realizada pelo Sebrae em parceria com a FGV, têm dificuldades para pagar suas contas em dia. (Valor – A6/51)
52% das PMES – Micro, pequenas e médias empresas – lidam com falta de reserva financeira.
Passamos por uma crise econômica, mas me atrevo dizer que mais uma crise em tantas. Quem tem como eu, 54 anos, ou mais, já viveu muitas com certeza. Claro que em conjunto, ou até causada/intensificada por uma crise sanitária nunca vista no mundo, é a primeira.
Muitos vão dizer que passamos por um verdadeiro Black Swan, conhecido por eventos totalmente imprevisíveis e com alto impacto na sociedade, em especial financeiro. Poder ser, mas na verdade é que a Gestão de Riscos nas empresas brasileiras ainda é incipiente, principalmente nas empresas de menor porte e de capital fechado, menos empresas ainda estão preparadas ou possuem um plano de contingências.
E esse plano de contingências poder ser genérico e servir para qual causa for, pois iremos atuar sobre suas consequências, evitando ou minimizando-as. Contemplando um Centro Nervoso de Gestão atuando em pelo menos 5 pontos, que entendo, serem nevrálgicos para qualquer negócio:
- Proteção aos funcionários e comunidade;
- Revisão do Modelo de Produção (comercial ou serviços);
- Avaliação e tomada de ação para assegurar seu canal de abastecimento;
- Definição de cenários para manutenção da saúde financeira e
- Proteção às vendas e margens.
O que me leva a uma grande preocupação nas empresas: A formação de lideranças capazes de transformar os negócios e não apenas serem proficientes, muito menos apenas suficientes para manter o negócio “rodando”, sobrevivendo, muitas vezes por serem de confiança.
Qual a liderança que voce quer ou precisa em seu negócio?
Domínio na gestão de pessoas, ser inspirador, agente transformador, atento a riscos e na busca de soluções, incentivador e viabilizador no processo de inovação, hábil na comunicação e transparência com os diversos públicos, resiliente, anti-fragil?
O que me leva a um artigo que postei recentemente falando de empresas camelo ou unicórnios, de autoria de Paulo Alves e publicado no Valor em 25 junho de 2021. Onde fala de empresas resilientes, pois eventos pandêmicos acontecem na verdade, em média, a cada 6 a 7 anos, cyber ataques, bloqueio recente do Canal de Suez, crescimento populacional, logo do consumo, e reforça uma grande necessidade, que na verdade não mudou, “como sobreviver neste ambiente hostil de mudança rápida, com diversos riscos incontroláveis – Como criar “camelos”?”.
Mas o que mais gostei e converge com que escrevi sobre liderança e plano de contingências, é dos seis itens que ele, Paulo Vicente dos Santos Alves (professor na Dom Cabral), destaca como essenciais para as empresas se prepararem e sobreviverem no longo prazo:
“Inovação, Internacionalização, sustentabilidade (do fluxo de caixa), gestão da cadeia de suprimentos, gestão de talentos (ou pessoas), e gestão da marca”, no que incluo a gestão de ativos.
Se o Caixa é o Rei, a Estratégia Financeira é a Rainha, logo não fique parado, e inicie um bom Planejamento Estratégico e uma boa Gestão do Caixa. 2022 já começou, o que voce está esperando?
O fato é que tenho visto através de minha experiência junto a startups, e pequenas e médias empresas, que isso é muito difícil de ser realizar e sustentar se for feito sozinho, e vejo que faltam lideranças, conhecimento técnico, planejamento e boa execução. E solidão é um mal que a maioria dos empresários passa. Não tem com quem compartilhar, trocar, dividir a decisão. E é nesse ponto que quero, mais uma vez, salientar a importância dos Conselhos Consultivos e de Administração e seus Comitês, segregando principalmente a gestão e execução do negócio, das discussões e orientações quanto ao plano de expansão, inovação, diversificação do negócio, sucessão, focando sempre na longevidade do negócio.
Não é simples, demanda reflexão e apoio especializado para implementar, dar continuidade e promover avaliações periódicas.
Perguntas como motivadores, momento, quantidade e perfil/expertise, dentre outras questões, são básicas e naturais, e que precisam ser respondidas no processo de definição e planejamento e na constituição das lideranças e também de um Conselho.
Publiquei em minha página pessoal, por volta do dia 03 de outubro de 2021, uma matéria interessante publicada na Exame, para quem tem curiosidade sobre o tema.
Quem tem interesse em se aprofundar e avaliar sua empresa especificamente, seja em sua Gestão Empresarial e Financeira, e também sobre Governança Corporativa, nós da GC Experts poderemos assessorá-lo com maestria rumo a essa jornada.
Escrito por
Gaspar Carreira Jr
Fundador e CEO da GC Experts